Condutas disruptivas em estudantes de escolas diferenciadas, coeducativas e intereducativas

Resumo

No contexto do debate atual sobre o melhor modo de agrupar os estudantes na escola (educação diferenciada versus educação mista), algumas fontes apresentam uma terceira via: a intereducação, na qual meninos e meninas são educados em salas de aula separadas, embora na mesma instituição escolar, com espaços de coincidência extracurriculares. Enquanto alguns consideram a intereducação como outra forma de educação diferenciada, outros a consideram como um fenômeno diferente, que se posicionaria entre a educação diferenciada e a mista. Com o objetivo de contribuir com evidência sobre o tema, o presente trabalho mediu a frequência de condutas disruptivas numa amostra de 295 estudantes do ensino fundamental (idade média de 13 anos) de escolas intereducativas, diferenciadas e mistas, de um setor economicamente baixo de Arequipa (Peru) a fim de pesquisar a correlação entre o modo de agrupar os estudantes e seus comportamentos. Os resultados mostram uma diferença estatisticamente significativa numa das subvariáveis de condutas disruptivas consideradas (falta de responsabilidade), diferença que prejudica os estudantes de escolas mistas da amostra. Constatou-se uma correlação significativa, mas débil, entre a subvariável condutas perturbadoras das relações sociais na sala de aula e a educação mista, o que sugeriria que quanto mais uma escola se aproximar do modelo educativo misto, mais condutas desse tipo encontrará entre seus estudantes.